terça-feira, 28 de julho de 2009

Tenho duas noticias. Uma pessima e uma maravilhosa, mas a maravilhosa pode se tornar pior que a pessima. Qual você quer primeiro?

quinta-feira, 23 de julho de 2009

E eu estava aqui com uma ideia, mas ela não dizia nada. Só estava sentada do meu lado comparando o laranja dos cabelos dela com o preto dos meus. E eu disse, eu disse a ela "é muito bom que você esteja aqui, porque fazia tempo que eu não via uma de vocês, e vocês só aparecem quando eu to sozinha e eu gosto muito de ficar sozinha, e os seus cabelos são muito bonitos, mas sabe? você deve dizer algo, porque de nada adianta a nossa presença se deixamos de dizer o que deve ser dito" e ela deitou sua cabeça no meu colo e respirou fundo. Então ela disse que gostava do cheiro do meu cabelo e calou-se. O cabelo dela também era cheiroso e eu achei estranho pensar que havia um mar. Ele estava lá fora mais perto de mim do que as belas palavras que eu gosto de ouvir, e o mar não para nunca. Assim como a brisa que estava la fora com ele.
Era uma sensação muito boa. Havia uma luz amarela, o som de alguns grilos e aparelhos eletronicos e o cheiro de uma ideia no meu colo. Então ela me disse, ela disse bem assim: "Sabe aquela gata da sua tia? Faz tempo que você não a vê porque ela está se escondendo embaixo do lençol, na cama daquele quarto no fim do corredor. Gatos são animais muito inteligentes quando querem". E era verdade. Ela estava escondida embaixo do lençol e também era muito inteligente. Eu soube porque fui lá ver. E peguei o meu caderno e comi alguns amendoins. A ideia era muito boa, então ela narrou tudo pra que eu anotasse no caderno, mas minhas mãos são lentas e a ideia acabou adormecendo.
Adormeceu tão serenamente que eu não quis acordá-la, mas espero que ela desperte logo.

domingo, 19 de julho de 2009

"Com licença, senhor. O senhor pode me dizer de quem é essa nuvem bem acima de nós?"
"Ora! De ninguém."
"Ninguém? Pois então agora ela é minha!"
"Tudo bem."
"É uma bela nuvem, não acha, meu rapaz?"
"Ah, com certeza é, senhor!"
"Bom... Quer comprá-la?"
"E eu posso mesmo?"
"É claro que pode!"
"Nesse caso... Quanto custa?"
"Alguns poucos reais."
"Posso fazer um cheque?"
"Claro! Cheque, dinheiro... É tudo papel, não acha?"
"Certamente. Aqui está. Agora ela me pertence!"
"Foi um ótimo negocio, senhor."
"Obrigado. Um instante, sim?... Hey, você aí parado. Não pode ficar assim tão parado olhando a nuvem!"
"E por que não?"
"Porque ela minha. Eu a comprei."
"Oh! Entendo. Sinto muito, senhor..."

sábado, 11 de julho de 2009

É estranho a forma como parecemos ser uma pessoa completamente diferente a cada mudança.
Como se a gente morresse e nascesse outro no lugar. E a gente morre tanto o tempo todo, e nasce mais ainda porque, as vezes, a gente esquece de morrer e fica sendo dois, ou então a gente morre e esquece de nascer e fica sendo zumbi por aí.
Tem tanto "tchau" que mata a gente, tanta filosofia que mata e tanta que pari, e tem gente que pari a gente.
Mas raras são as vezes que a gente nasce com um olhar, com um abraço, que faz a gente saber que nasceu só pelo simples fato de conseguir sentir cada gota de sangue em cada canto do nosso corpo. Morrer e nascer é fácil, mas o melhor é o que acontece entre um e outro.

sábado, 4 de julho de 2009

Reclamam que não colocaram pé na feijoada, mas morrem de nojinho se encontram um fio de cabelo na comida.
Depois eu que sou estranha!